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A impermeabilização, quando bem especificada e executada, é fundamental para evitar manifestações patológicas que abreviam a vida útil das estruturas, comprometem a salubridade nos interiores e reduzem drasticamente o valor dos imóveis.
O mercado disponibiliza uma infinidade de impermeabilizantes capazes de formar uma barreira física para conter a propagação da umidade e evitar infiltrações. A definição da solução mais adequada depende de uma série de fatores, como movimentação estrutural, exposição aos fenômenos climáticos, tráfego de veículos e pessoas e exposição a agentes químicos.
Por muito tempo os impermeabilizantes foram classificados em sistemas rígidos (que não se movimentam com a edificação) e flexíveis. Mas desde 2010, com a revisão da NBR 9.575 – Impermeabilização – Seleção e Projeto, os produtos passaram a ser classificados de acordo com o seu composto principal: cimentício, asfáltico ou polimérico. Confira a seguir mais informações sobre essas soluções:
A realização de um projeto de impermeabilização, nos moldes do exigido pela ABNT NBR 9575: 2010 Impermeabilização – Seleção e Projeto, é crucial para garantir a eficiência desejada com a melhor relação custo-benefício
Maria Amélia Adissy Silveira
Sistemas de impermeabilização rígidos, os produtos de base cimentícia são indicados para estruturas sujeitas a pouca movimentação estrutural. É o caso de reservatórios e piscinas enterrados no solo, fundações, pisos de áreas internas e muros de arrimo. A fácil aplicação e a excelente resistência mecânica são características desses produtos que podem ser do tipo: argamassa impermeável com aditivo hidrófugo; argamassa modificada com polímero; argamassa polimérica; cimento cristalizante; cimento modificado com polímero; e membrana epoxídica.
Flexíveis, os sistemas de impermeabilização asfálticos possuem valores maiores de alongamento e, por isso mesmo, são indicados para áreas sujeitas a movimentações, trepidações e ao intemperismo. Estão nessa categoria as membranas, as emulsões e as mantas asfálticas, bem como os asfaltos modificados e os asfaltos elastoméricos.
Por sua facilidade de aplicação (como pintura), as membranas aplicadas a frio são bastante utilizadas na impermeabilização de pequenas lajes com recortes, banheiros, cozinhas e terraços. Já as membranas moldadas a quente são mais apropriadas para a impermeabilização de áreas como muro de arrimo, cozinhas, áreas de serviço, lajes externas e piscinas.
Muito popular, a manta asfáltica costuma ser indicada para estruturas sujeitas a movimentaçãoe fissuras, e com dimensões superiores a 50 m² e poucos recortes. Trata-se de um sistema flexível pré-fabricado, formado por um elemento estruturante central (filamentos de poliéster ou véu de fibra de vidro) recoberto em ambas as faces por um composto asfáltico.
Há diferentes tipos de mantas e espessuras. A norma ABNT NBR 9952:2014 – Manta Asfáltica para Impermeabilização classifica as mantas em quatro categorias conforme as características de tração, alongamento, flexibilidade e espessura, que vai de 3 mm a 4 mm. As mantas também têm acabamentos diferentes, que variam segundo o tipo de aplicação (maçarico ou asfalto quente) e à exposição ao sol e à chuva. Além disso, diferenciam-se com relação ao asfalto usado na fabricação, que pode ser elastomérico ou plastomérico.
De modo geral, mantas do tipo 1 (de desempenho básico) são utilizadas em pequenas lajes expostas ao sol, banheiros, varandas e baldrames. Já as mantas do tipo 4 (mais resistentes) são apropriadas para estruturas sujeitas a muitas deformações por dilatação, como espelhos d´água, lajes de estacionamento e helipontos.
Fornecidos em bobinas, esses produtos são fabricados a partir de diferentes tipos de materiais sintéticos e são prioritariamente indicados para aplicações em áreas externas de grandes dimensões. De modo geral, essas mantas se adaptam com facilidade a locais sujeitos a movimentações e vibrações. A depender de sua composição, podem resistir a raios ultravioleta e a ataques químicos.
O projeto de impermeabilização possibilita melhor planejamento da execução da impermeabilização, melhora a sua interface com outros sistemas, além de promover a escolha de tipos de impermeabilização mais pertinentes a cada situação
Jacques Monet Júnior
Para obras como lagos artificiais e aterros sanitários, o uso das geomembranas de PEAD e EPDM é mais indicado. Isso porque esses materiais, além de proteger as estruturas do efeito da água, criam uma barreira física que evita a contaminação do solo e de lençóis freáticos por material orgânico decomposto, óleos e combustíveis.
Em edificações, para lajes de cobertura, as mantas de EPDM, TPO e PVC são boas alternativas porque, além do ótimo desempenho como impermeabilizantes, são capazes de refletir os raios solares (quando usados na cor branca), ajudando a diminuir a temperatura no interior da edificação e no seu entorno.
Independente do produto escolhido, um sistema de impermeabilização para edificações é composto por um conjunto de camadas sucessivas que devem ser adequadamente dimensionadas e planejadas. “A realização de um projeto de impermeabilização, nos moldes do exigido pela ABNT NBR 9575: 2010 Impermeabilização – Seleção e Projeto, é crucial para garantir a eficiência desejada com a melhor relação custo-benefício”, comenta a consultora técnica do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização) Maria Amélia Adissy Silveira. “O projeto de impermeabilização possibilita melhor planejamento da execução da impermeabilização, melhora a sua interface com outros sistemas, além de promover a escolha de tipos de impermeabilização mais pertinentes a cada situação”, acrescenta Jacques Monet Júnior, sócio-diretor do escritório